Como poupar dinheiro para o futuro do seu filho?
Junto com a alegria do nascimento de seu filho, vem a preocupação com o seu futuro e claro a pergunta como poupar dinheiro para meu filho? Se você quer garantir a ele um futuro melhor, comece a poupar o mais rapidamente possível. Saiba que, com apenas R$ 100 poupados e investidos por um período de 20 ou 30 anos, você pode ver esse dinheiro se multiplicar e chegar ao famoso primeiro milhão. Tudo é uma questão de hábito e disciplina – e, claro, de saber onde aplicar. É importante também dar um nome a esse dinheiro. Isso mesmo, um nome!
Quando poupamos e aplicamos um capital, precisamos ter em mente sua finalidade. Ou, melhor dizendo, a que sonho ele se destina. O custo de vida de um filho entre zero e 21 anos no Brasil pode variar de R$ 500 mil a até R$ 2 milhões, a depender do padrão de vida e da renda familiar. Como a realidade financeira de cada família tem suas peculiaridades, não dá para julgar nem generalizar. Em linhas gerais, para aqueles que pretendem montar um colchão financeiro para o filho, recomendo:
Olhar antes o próprio bolso
É um equívoco falar de investimentos de longo prazo, para a proteção dos filhos, quando os pais, seus principais provedores, estão endividados no presente, o que coloca em risco o bem-estar de todos no futuro. Colocar em uma planilha e revisar periodicamente o orçamento familiar, incluindo as novas necessidades do filho, são medidas necessárias para equilibrar receitas e despesas do dia a dia, de modo que o resultado não despenque perigosamente.
Começar o mais cedo possível
O tempo e a educação financeira e previdenciária são ótimos aliados na hora de investir, tanto para solteiros quanto para casais. A melhor estratégia é poupar desde o nascimento dos filhos, ou pelo menos cinco anos antes do ingresso do primeiro deles na faculdade. Quanto mais cedo, melhor, e menor será a necessidade de grandes aportes para alcançar o mesmo patrimônio, visando cobrir investimentos nos estudos aqui e fora do Brasil.
Definir objetivos claros
Antes de pensar na escolha dos investimentos ideais, o mais importante para um casal é traçar objetivos claros em curto, médio e longo prazo. Isso porque alguns exigem recursos que podem ficar escassos antes de completar o ciclo de acumulação de capital para realizá-los. Trocando em miúdos, vale adequar o tamanho dos sonhos ao do bolso, assim os primeiros não precisarão ser interrompidos.
Adotar medidas de precaução
Quando você tem um filho, é fundamental, mais do que nunca, ter um seguro de vida, ainda mais considerando o aumento da longevidade. Afinal, homens e mulheres estão vivendo mais de 74 anos, em média. O ideal é montar uma estratégia que cubra a segurança das finanças, começando pelos principais provedores do filho. Isso inclui um plano de previdência privada oferecido pela empresa dos pais ou planos ofertados por bancos e seguradoras. Pode ser na modalidade PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), para aproveitar a dedução de 12% da renda bruta no cálculo do imposto de renda. Atenção que, para usufruir esse incentivo fiscal, você precisa utilizar o modelo completo da Declaração de Ajuste. Caso contrário, faça um VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), plano vantajoso para quem utiliza a declaração simplificada. Para o plano do filho, a escolha do tipo é a mesma. E considere incluir um percentual de renda variável na carteira, tanto maior quanto mais longo for o prazo para utilização, como a sua aposentadoria ou o primeiro resgate para pagar os estudos. Neste caso, vá diminuindo a proporção de ações até ficar com 100% de renda fixa no início do resgate. Nos dois casos, encare-os como investimento de longo prazo (superior a 10 anos), contratando sob o regime de tributação regressiva, pois o desconto no imposto de renda será de apenas 10% lá na frente.
Diversificar as aplicações
Completando a cesta, é recomendável investir em títulos públicos federais e também títulos privados. No segundo caso, convém diversificar em instituições de primeira e segunda linha. Isso porque, caso ocorra insolvência de alguma, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) cobrirá seu investimento até o limite de R$ 1 milhão em 4 anos. Não vale a pena investir na poupança pensando no médio e longo prazo, porque a inflação irá corroer o ganho real. Ela é válida somente para alguns perfis de poupadores para garantir despesas menores, de emergência, por causa da liquidez. Em vez de aplicar na poupança, invista em conhecimento e tenha ganhos melhores.
Procurar quem fala essa língua
Quem acha que as dicas acima parecem escritas em grego… não está só. Pesquisas encomendadas pela B3 (antiga BM&F Bovespa) mostram que a maioria dos brasileiros não entende nem o básico sobre investimentos. Se for o seu caso, recorra a um especialista, que acompanha com lupa o mercado financeiro e de previdência, entende as diferenças tributárias e de taxas de administração, e pode traçar estratégias personalizadas conforme cada objetivo e sonho.
De qualquer forma, não hesite em mudar suas decisões durante o percurso, caso necessário. Essas são as minhas orientações.
Bons investimentos!